Um menino que teve problema nas pernas, não podia sair de casa pra brincar. Do jeito que dava ele chegava ao portão, atravessando a área entre a varanda e o muro; e de lá, forçando o corpo pra cima, conseguia, pendurado no portão, ver os outros, seus amigos, em travessuras na rua. Desse olhar de fora, Jorge, o ator, aprendeu a fotografar gestos; Jorge, o carnavalesco, a imaginar grandes alegorias para histórias simples. Restou ao escritor sacar de Manguinhos, sua casa e sua rua, desta vez fora dos portões, sacar as medidas para criar avenidas que vestissem as vielas. No livro dos grãos, o do Jorge é vizir.