A residência literária de 2015 foi a inauguração do projeto da favelofagia. Nela foram reunidos 13 autores, contou com cinco editores (os fundadores do Bando) e teve como resultado um livro de contos: Grãos Imastigáveis – contos favelofágicos, organizados por Flora Tarumin e Felipe Eugênio.
Na sua primeira edição, a residência literária favelofágica durou dois meses. A dinâmica era intensa e contava com os autores durante todos os dias da semana em Manguinhos. Assim funcionava: todas as manhãs, durante a primeira hora, havia uma oficina para os autores utilizando algum fragmento de prosa (normalmente de duas a cinco laudas), onde contos, partes de romances, trechos de peças de teatro, recortes de narrativas de diferentes gêneros literários serviam para observar diferentes pontos de lição sobre poéticas mundo afora. Do ritmo do texto ao lugar do trabalho, da crônica urbana à narrativa regionalista, do lugar feminino ao seu revés com laivos misóginos, tudo entrava como material próprio para o debate entre editores e escritores. A proposta era ampliar o repertório literário dos residentes. Após esse momento, todo o resto da manhã era livre para os escritores fazerem o que bem entendessem. Estavam em casa. Em sua residência literária. Computadores livres para uso, ou mesmo com papel à mão, ali podiam tanto dar sequência aos contos que estavam escrevendo, quanto podiam desfrutar desse tempo para o intercâmbio entre pares e até mesmo com os editores. A liberdade era tamanha que também poderiam ir embora. Cada criador com sua sentença. Mas isso tudo, de segunda a quinta. Nas sextas havia uma outra proposta: as Perambulações Cortazianas.
Nesta edição, os escritores residentes foram: Janaína Abílio, Gagui Silva, Jorge Turco, Melina Souza, Celeste Estrela, Daniel Brazil, Sirlea Aleixo, Jorge Mathias, Alex Araújo, Haroldo César, Karla Raymundo, Malu Pereira e Lee Oliver.